A adopção das tecnologias de informação no sector da Cultura, nomeadamente na área específica dos museus, tem acontecido nos últimos anos a um ritmo muito elevado. Os museus são detentores de conteúdos e histórias que despertam um largo interesse em diferentes públicos e o sector tecnológico vê na área um universo de oportunidades diversificado e abrangente que alavanca o desenvolvimento e aperfeiçoamento de diferentes tecnologias. É uma situação vantajosa que ambos os sectores procuram explorar mais ainda no futuro. Para tal, é necessário que os profissionais de museus entendam e acompanhem esta mudança e abracem as oportunidades apresentadas pela era digital em que vivemos, mas também é fundamental que detenham os recursos necessários para o fazer sem receios.
O projecto Mu.SA teve o seu início após a conclusão do projecto eCultSkills, um projecto de menor escala, no qual se procurou mapear as necessidades de formação em tecnologias de informação para os profissionais de museus. Os resultados obtidos permitiram aos parceiros envolvidos identificar a necessidade de aprofundar a pesquisa e trabalhar no desenvolvimento de caminhos de aprendizagem que possibilitem a esse conjunto de profissionais adquirir as competências necessárias para enfrentar a mudança com os recursos fundamentais e a confiança necessária.
O Mu.SA teve o seu início em 2017 e foi liderado pela HOU – Hellenic Open University, que reuniu um consórcio doze parceiros de quatro países. Em Portugal, para além da Universidade do Porto e da Mapa das Ideias, o ICOM Portugal aceitou participar neste projecto após ter recebido o convite da HOU, percebendo que a formação nas tecnologias digitais era então, como agora, um assunto que merecia maior atenção e investigação por parte das universidades e associações profissionais representativas do sector.
O ICOM Portugal aceitou esse desafio como parceiro social, com a responsabilidade de criar pontes entre Museus, profissionais e universidade, mas também contribuindo com o seu conhecimento na investigação de perfis profissionais emergentes no sector e na criação de conteúdos para 7 módulos dos cursos desenvolvidos para o projecto, 1 módulo no MOOC e 6 módulos no curso de especialização. Além deste trabalho, a equipa do ICOM Portugal deste projecto participou na divulgação do Mu.SA, na exploração dos seus resultados intermediários, na organização de eventos dedicados e também participou, por convite, em diversos encontros internacionais relacionados com os desafios digitais que os museus enfrentam.
Em todo o projecto o ICOM Portugal e a sua equipa procuraram contribuir com os valores e sentido ético que norteiam os profissionais de museus e com o conhecimento específico que temos do sector dos museus e das comunidades que o compõem para que o projecto alcançasse os seus objectivos e, tal como disse o líder do projecto Achilles Kameas na mensagem da última newsletter do Mu.SA, julgo que todo o consórcio conseguiu chegar a bom porto, apesar das dificuldades inerentes a um projecto desta dimensão.
Para celebrar este momento, criamos, com a ajuda de alguns dos nossos membros um vídeo que pretende marcar um dos principais contributos do ICOM Portugal para o projecto: a ética profissional aplicada aos desafios que a era digital coloca aos museus e seus profissionais. Um vídeo de celebração, mas que servirá também como introdução ao módulo de ética, da autoria da Ana Carvalho, que o ICOM Portugal desenvolveu para o Curso de Especialização.
Aproveitamos também para divulgar um outro vídeo, feito com a colaboração dos alunos dos cursos Mu.SA, que recolhe a opinião dos alunos sobre o percurso de aprendizagem e a sua visão sobre o que deve ser a ética nos museus numa só palavra.
A equipa do ICOM Portugal no projecto Mu.SA, composta pelo Alexandre Matos (gestor), pela Ana Carvalho e Manuel Sarmento Pizarro (investigadores), pelo José Barbieri (técnico) e Olinda Carvalho (administrativa), assim como a direção do ICOM Portugal, agradecem a colaboração de todos os parceiros do consórcio e de todos os que nos ajudaram a concluir as tarefas que nos foram atribuídas nos últimos 3 anos e meio.
Temos a certeza de que os resultados foram úteis para os profissionais que participaram nos cursos, nomeadamente os colegas portugueses, e esperamos que o trabalho que agora deixamos pronto, possa ser utilizado por um número cada vez maior de profissionais de museus.
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