Os momentos singulares que vivemos vieram acentuar as grandes dificuldades com que lutam diariamente os museus e os seus profissionais. A direção do ICOM Portugal acompanha e procura dar voz a estes problemas, por todos os meios que tem ao seu alcance. Assim, temos vindo a informar e a manter um diálogo ativo com os vários grupos parlamentares. No Dia Internacional do Museus tivemos oportunidade de dar a conhecer a deputados do PSD, as dificuldades sentidas em vários museus de Lisboa, no momento da reabertura ao público.
A 3 de Setembro último correspondemos ao interesse manifestado pela deputada Alexandra Vieira do Bloco de Esquerda, promovendo visitas a Mértola, Beja e Évora.
Em Mértola fomos recebidas pela vereadora da Cultura, Rosinda Pimenta, pelo diretor do Campo Arqueológico, Cláudio Torres, e pela coordenadora, Lígia Rafael. A conversa e visitas realizadas confirmaram o impacto positivo a vários níveis que este exemplo, tão bem conhecido e reconhecido por todos, trouxe para um território longínquo e despovoado. Contudo, mesmo aí, sente-se a falta de recursos humanos, designadamente de quadros técnicos especializados.
Torna-se imperativo quer a implementação efetiva da Lei-quadro dos Museus, quer a realização de ações concretas tendo em vista a coesão museológica nacional, quer o revigorar da Rede Portuguesa de Museus.
Em Beja, no Museu Regional, também designado por Museu Rainha D. Leonor, a preocupação expressa pelos técnicos Deolinda Tavares e Francisco Paixão, evoca as décadas de dificuldades que conduziram aquele museu secular ao estado de extrema degradação, de que só agora começa a recuperar. A anunciada extinção das direções regionais de Cultura, atual tutela do museu, e sua absorção pelas Comissões de Coordenação Regionais, sem que estejam a ser acauteladas competências e circunstâncias específicas, preocupa todos os que desejam que este e outros museus regionais tenham condições para cumprir a sua missão.
O Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, tem estado sob os holofotes pelas piores razões: a passagem a museu nacional, sob tutela direta da DGPC, traduziu-se no acentuar da falta total de recursos humanos e técnicos. O encerramento um fim de semana por mês durante o verão, é um dos exemplos do calvário deste museu, e que parece não ter fim à vista.
A deputada Alexandra Vieira tomou conhecimento das situações e preocupações das equipas. Acreditamos que estes contactos diretos são a melhor forma de dar voz aos nossos colegas e procuraremos continuar a promovê-los, com a ajuda dos que entendem a importância de conhecer as situações na 1ª pessoa.
O nosso agradecimento público aos deputados que têm vindo acompanhar o ICOM no conhecimento da realidade museológica portuguesa.
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