Dois projetos portugueses entre os candidatos ao Prémio ICOM para as Práticas de Desenvolvimento Sustentável em Museus

Posted by on Jul 5, 2025 in Destaques, Notícias

Dois projetos portugueses entre os candidatos ao Prémio ICOM para as Práticas de Desenvolvimento Sustentável em Museus

Dois projetos portugueses estão entre os nomeados ao Prémio ICOM para as Práticas de Desenvolvimento Sustentável em Museus, uma distinção global promovida pelo ICOM – International Council of Museums, que reconhece e celebra iniciativas exemplares no setor museológico alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.

O prémio, o primeiro do género a nível internacional, destaca práticas que demonstram um compromisso real com a sustentabilidade ambiental, social e económica, colocando os museus como protagonistas da transformação cultural e comunitária.

As candidaturas decorreram no último trimestre de 2024 e ficaram conhecidos, esta semana, os 136 projetos elegíveis e aceites para candidatura. Oriundos de cinco continentes e em desenvolvimento em mais de 50 países, estes projetos refletem práticas inovadoras com objetivos de sustentabilidade ambiental, social e económica. Do conjunto, destacam-se duas candidaturas nacionais, promovidas pela Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços (Ecomuseu do Seixal) e pelo MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia.

Plano de Valorização da Biodiversidade da Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços (Câmara Municipal do Seixal) visa a conservação e restauro ambiental, a sensibilização e a divulgação dos valores naturais do espaço. O plano inclui inventariação e monitorização da biodiversidade, implementação de medidas de conservação e ações de educação ambiental. Exemplos de ações concretas incluem a instalação e monitorização de caixas-ninho para aves, a limpeza e manutenção dessas caixas, e a organização de atividades de educação ambiental para a comunidade. 

Roteiro para a Saúde Mental ocupa vários espaços do MAAT, numa lógica interdisciplinar que cruza a área da saúde com as artes visuais e a arquitetura do museu. Desenvolvido em parceria com o espaço de criação e inovação Manicómio, o programa estrutura-se em torno de três eixos principais: consultas sem paredes, que contribuem para repensar o espaço do museu, a obra, a ação, colocando o foco no espectador e no terapeuta; ações de consciencialização (como conferências, debates e formações), bem como colaborações artísticas regulares com artistas contemporâneos e criativos com doença mental.

Estas nomeações são o reconhecimento não só da excelência do trabalho desenvolvido, mas também do compromisso com a sustentabilidade, a inclusão e a responsabilidade social no setor museológico português. 

A aprovação das candidaturas destes projetos é testemunho do dinamismo e da inovação dos museus em Portugal, que continuam a afirmar-se como agentes transformadores nas suas comunidades e no panorama cultural global. 

Que este reconhecimento inspire ainda mais instituições a seguir este caminho de impacto positivo e duradouro.

A lista dos finalistas será conhecida nas próximas semanas e o vencedor durante a Conferência Geral do ICOM em novembro 2025, no Dubai.

Lisboa, 5 de julho 2025

David Felismino

Presidente do ICOM Portugal

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